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27 de maio de 2015

Os pacientes com fibromialgia têm um hipocampo mais pequeno



A fibromialgia é uma síndrome de dor crónica generalizada que se faz acompanhar por outro tipo de sintomatologia física, como a fadiga intensa ou a rigidez matinal; sintomatologia emocional, com depressão e ansiedade; e sintomatologia cognitiva, como alterações na atenção, memória e funções executivas.
Ainda que sejam muitos os investigadores que realizam estudos sobre esta doença, as suas causas continuam desconhecidas. Não obstante, pouco a pouco, vão-se obtendo resultados na procura da explicação do que sucede a estas pessoas.
Neste sentido, encontramos o seguinte trabalho de Christina S. McCrae, da Universidade da Flórida, Estados Unidos, e da sua equipa de colaboradores.

Os pacientes de fibromialgia queixam-se de problemas de memória, o que se objectivou em diferentes investigações a esse respeito. Porém, existe algum problema com as estruturas cerebrais que se relacionam com a memória nestes pacientes?

Para responder a esta pergunta, McCrae e os seus colaboradores realizaram ressonâncias magnéticas a um grupo de 40 mulheres com fibromialgia e 22 mulheres saudáveis. A intenção era comparar o tamanho e volume dos seus hipocampos.

O hipocampo é uma estrutura no interior do cérebro que participa de forma muito importante no bom funcionamento da memória, entre outras coisas. O resultado da investigação, publicado recentemente na revista 'Journal of Pain Research', em 2015, mostrou que os pacientes de fibromialgia têm um hipocampo significativamente menor em ambos os hemisférios cerebrais, sem que isto tivesse relação com o grau de depressão que pudessem apresentar.

Segundo os autores, a atrofia do hipocampo nestes pacientes poderia estar relacionada com a anormal regulação de neurotransmissores com o glutamato ou o ácido gama-aminobutírico (GABA) ou também com o facto de sofrerem de stress crónico como uma expressão de alterações no eixo hipotálamo-hipófise-adrenal e da regulação dos glucocorticóides.

Enquanto esta questão mereça a continuação dos estudos, pouco a pouco vai-se chegando à conclusão que a fibromialgia não é uma 'entidade fantasma' mas real, que afecta duramente os que dela sofrem.

O mais importante é ir encontrando ferramentas que ajudem os pacientes a melhorar a sua função cognitiva e a terem uma melhor qualidade de vida.

A Unobrain realizou um estudo sobre este 'exercitar' da função cognitiva dos fibromiálgicos e chegou a algumas conclusões interessantes que foram apresentadas na International Conference on Recent Advances in Neurorrehabilitation, em Março de 2013 em Valencia, Espanha.

No website da Unobrain, depois de um registo gratuito com um e-mail ou através da conta de facebook, pode ter acesso a vários 'programas de treino cerebral'. Através de alguns jogos que podem ser muito divertidos, pode treinar o seu cérebro para melhorar diferentes características. Isto pode ter outra vantagem: distrair da dor.



Neurógenese

Quando estimulado, o cérebro produz e preserva novas células nervosas.
Diariamente nascem novos neurónios nos cérebros adultos. Eles são essenciais na aprendizagem de tarefas complexas e quanto mais solicitados mais se desenvolvem.

Diversos programas de exercício cerebral estimulam a agilidade mental das pessoas proporcionando-lhes um treino diário – executar tarefas que vão desde memorizar listas e solucionar quebra-cabeças até calcular o número de árvores de um parque.


Na verdade, isto tem um fundamento  real na neurobiologia. Pesquisas recentes, embora feitas principalmente com ratos, indicam que a aprendizagem potencia a sobrevivência de novos neurónios no cérebro adulto. Quanto mais envolvente e desafiador for o problema, maior o número de neurónios envolvidos no processo. Acredita-se que esses neurónios estão disponíveis para ajudar em situações em que a mente é sobrecarregada. Parece que o treino mental fortalece o cérebro da mesma maneira que o exercício físico modela os músculos do corpo.

As descobertas podem ser particularmente interessantes para os viciados em televisão, cujo cérebro seria beneficiado se praticassem alguns exercícios cerebrais. O que é mais importante, no entanto, é o facto de os resultados, de certa forma, darem suporte à noção de que pessoas nos estadios iniciais da doença de Alzheimer, ou outras formas de demência, podem atrasar a sua degenerescência mental mantendo o cérebro activo.

Na década de 90, os cientistas revolucionaram a neurobiologia com a surpreendente notícia de que o cérebro adulto dos mamíferos seria capaz de desenvolver novos neurónios. Os biólogos acreditavam há muito tempo que esse talento para a neurogénese (processo de formação de novos neurónios) envolvia apenas mentes jovens e em desenvolvimento, e que novas células nascem no cérebro adulto – especificamente numa região chamada hipocampo, envolvida no processo de aprendizagem e memória.
Relatos semelhantes logo surgiram para outras espécies e, em 1998, neurocientistas nos Estados Unidos e na Suécia mostraram que a neurogénese também ocorre nos seres humanos.



Marisa Fernández, Neuropsicóloga Senior, Unobrain
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